2018 será o ano dos carros elétricos

Especialistas acreditam que ano que vem é o ponto de virada para a substituição dos carros com motor movidos a combustão por elétricos. Um bom sinal para o meio ambiente, mas que não vem livre de todos os problemas ecológicos que prometem.

A história dos carros elétricos não são tão novas como parece. Um dos primeiros carros elétricos construídos foi inventado em 1834, há quase duzentos anos. Claro, ele não era prático. Suas baterias não eram recarregáveis, mas aquilo era um grande feito para a humanidade. Durante os anos seguintes muitas novidades apareceram e carros elétricos mais práticos foram inventados e utilizados em grande escala e com grande sucesso.

Nas cidades iluminadas pela luz elétrica, frotas de transporte público elétricos cresciam e transportavam as pessoas. Trens, bondes, ônibus e automóveis pessoais. Os veículos elétricos gozavam de relativo sucesso até que entraram em declínio no início do século XX.

A descoberta de grandes quantidades de petróleo tornaram a extração de energia a partir da queima de combustíveis fósseis diretamente nos veículos mais econômica, sem contar a vantagem na performance dos veículos que conseguiam rodar pelas estradas por muito mais tempo sem abastecer e alcançavam velocidades superiores.

Porém, o jogo virou novamente... Esta é a análise da revista ‘The Economist’ para o ano de 2018. O próximo ano será aquele em que os carros elétricos serão mais baratos do que os carros movidos à gasolina ou diesel, ultrapassando a última barreira para que eles comecem a invadir as ruas de forma massiva.

Os automóveis elétricos alcançaram um desenvolvimento grande em autonomia graças a baterias cada vez melhores rende a estes carros a capacidade de andar até 500km com apenas uma carga. Isso sem falar no desempenho comparável aos carros mais velozes que utilizam motores à combustão. O megaempresário Elon Musk, dono da Tesla Motors, é um destes maiores catalisadores do desenvolvimento e que a cada ano projeta planos ambiciosos para a sua empresa.

A demanda também está aumentando exponencialmente, o que significa que isto é realmente um bom negócio, diferente dos momentos em que estes automóveis tentaram ressurgir, mas não tiveram adesão entre as pessoas. A China, o país mais populoso do mundo e que sofre muito com a poluição tem um programa muito forte para adesão de uma frota composta apenas de automóveis elétricos para a sua população.

Em outros lugares do mundo, legislações mais restritas quanto à emissão de gases provavelmente vai levar às empresas tradicionais a substituírem toda sua produção eliminando por completo os carros à combustão.

Isto pode parecer muito bom para o meio ambiente, porém, é preciso também olhar os impactos desta substituição. Para fornecer energia para uma frota que cresce cada vez mais será necessário um sistema elétrico mais poderoso. Como sabemos, ainda são queimados combustíveis como carvão ou óleo para produzir energia. Então uma solução seria buscar fontes primárias de energia elétrica mais limpa e isto custa caro.

Outro problema está relacionado com a matéria prima necessária para se construir as baterias destes carros. O cobalto é um mineral necessário para montar as células e 2/3 de todo cobalto utilizado nesta indústria é extraído na República Democrática do Congo, na África. Assim como já acontece com o petróleo no Oriente Médio, a busca por matéria prima de grande demanda pode levar muitos problemas geopolíticos. O contrabando e desrespeito pela vida humana já são algumas coisas comuns na exploração mineral para a matéria prima das baterias.

Apesar destes problemas, a revolução parece mesmo inevitável e o 2018 vai provar que os automóveis elétricos finalmente se popularizarão, trazendo com eles profundas mudanças em diversas áreas da vida humana.